terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Pedro Garrafa

Pedro Garrafa

Caro amigo Rui

Conforme havia lhe prometido passo aqui um breve histórico de minha trajetória no automobilismo.
O contagio com o automobilismo, começou desde meu nascimento, pois nasci em São Paulo, mais precisamente no bairro Canindé,ou melhor bem em frente as  oficinas da gloriosa Equipe Lobo, do saudoso Camilo Christofaro.Creio que não precisa dizer muito mais sobre isso.Portanto concluindo essa parte a musica que me ninava na época era os possantes roncos dos motores Chevrolet Corvette, que ¨seu¨Camilo regulava como se fossem um instrumento musical afinando, e desde muito jovem comecei a ser contaminado pelo vírus automobilismo nas veias, porem como não tinha condições financeiras nem oportunidade na época, fui acumulando muito desejo de fazer parte desse mundo.
Como tudo na vida passa, pensei que esse desejo, também iria passar, mero engano, pois mesmo mudando de cidade, estudando e trabalhando em outro ramo, a vontade de fazer parte desse meio, ia crescendo cada vez mais em vez de diminuir.Foi ai que DEUS resolveu que deveria me dar uma chance, para que eu realizasse meu grande sonho.No inicio dos anos 80 eu dei uma virada tremenda em minha vida, passei de chefe administrativo de uma multinacional, para dono de minha própria empresa, criei a TRUCK RACING,e comecei a trabalhar para algumas pessoas e equipes, é claro que o sucesso custou a aparecer, mais fui insistente, e finalmente conseguiria entrar definitivamente para o mundo automobilístico esportivo, confeccionando escapamentos especiais para carros de competição e se especializando também em Santantonio(barras anti-capotagem) e por fim passei a montar carros de corrida para venda.Foi assim que fui obrigado a entrar para a pista pois precisava testar os mesmos, ai então não tive mais duvidas e nem saída, pois iria fazer do hobby a minha profissão, e assim foi feito, enquanto que para alguns que eu trabalhava tudo era hobby para mim era profissão, consegui unir o útil ao agradável.
Não precisa nem dizer que também fui um rato de autódromo, pois no inicio dos anos 70, quando tivemos a Copa Brasil de Automobilismo,aonde podíamos ver pela primeira vez alguns dos mais lendários carros internacionais , como Lola, Porsche e Ferrari 512 S, eu já estava lá pulando o muro para poder ver de perto meus ídolos como Emerson, Wilsinho,Camilo,Eduardo Celidonio e muitos outros.


Basta lembrar que meu ingresso na Divisão 3 deu-se indiretamente, pois eu já trabalhava e fazia alguns serviços para o Fukuda, para o Ueda,para o Sueco, para o Amadeu e muitos outros, e na sua época eu atuava como torcedor de toda a categoria, pois minha paixão pela divisão 3 era até contagiante, e tinha não só você como vários outros pilotos como meus ídolos, pois considerava que quem pilotava um divisão 3 era realmente fora de série, e não me enganei com isso, pois alem de verdadeiros pilotos eram verdadeiros heróis para dominarem essas baratinhas (pinicos), naquele traçado maravilhoso que era Interlagos antigo.
Minha historia tem muitas fazes e eu não quero canssa-lo com isso, por isso mesmo vou resumir mais ainda.
Eu acompanhava vocês aonde quer que fossem, seja no Rio de Janeiro ou no Rio Grande do Sul, lá estava eu acompanhando e me preparando para um dia quem sabe fazer parte desse glorioso time de heróis, já estava com o meu divisão 3 quase pronto, porem o destino quiz que mudássemos os planos, e quando a categoria passou a chamar-se Hot Car., e era patrocinada pela Rede Globo, não que eu tenha poderes extra sensoriais, pressenti que tudo ou melhor todos os meus planos poderiam ir por água abaixo, pois não teria dinheiro para acompanhar, nem para cumprir as exigências da emissora.Nesse ponto não me enganei pois essa dita emissora acabou, isso mesmo, acabou com uma das categorias mais promissoras desse pais.


Depois dessa tremenda decepção, foi ai que comecei a alçar vôo mais longe, pois não podia parar, e nem jogar fora o trabalho de tantos anos de programação, assim sendo parti para o Paraná , aonde existia a categoria HOT FUSCA, formada pelos carros remanescentes da antiga categoria Divisão 3 e Hot Car.





Porem a vontade e frustração de correr em Interlagos nunca se extinguiram, foi ai que resolvi então que iria andar de Speed 1600, pois a categoria estava em pleno auge e em  franca ascensão, pois teve provas  que atingíamos um grid de mais de 60 carros por prova, mas tudo o que é bom dura pouco, pois bruscamente fomos condenados a deixar de andar no templo do automobilismo nacional, que era a pista antiga de Interlagos,para andarmos nesse circuito atual(sem mais comentários)

Largando na Pole.

Não satisfeito com essas situações, fui alçando vôos maiores, pois deixei de andar em São Paulo, fui definitivamente andar no Paraná,andei de Speed em Tarumã com meu próprio carro, criei juntamento com o Álvaro Mattos, a categoria Speed em Brasília, e também andava no mesmo campeonato, fui e levei meu carro para lançar a categoria em Recife, em parceria com o piloto da formula truck Beto Monteiro, juntamente com os ex pilotos de Divisão 3 Zeca Monteiro(pai do piloto e atual presidente da Federação Pernambucana) e também com o experiente piloto Joca Ferraz.Posteriormente fui para Goiânia e finalmente criei a Categoria Speed em Campo Grande, aonde também participava do campeonato regional.Cheguei até a andar na Categoria de Buggys (regulamento e motor de Speed) nas Dunas de Natal - RN. Como você poderá observar por esse pequeno e resumido histórico, eu não tinha fronteiras e fui até procurado por pilotos do Paraguai, que eram excelentes compradores dos meus carros e pagavam principalmente a vista.Aonde existisse uma pista lá estava eu, fui até para o Ceará participar de uma prova no Circuito Virgilio Távora, próximo a Fortaleza no Município de Euzébio.
Enfim tudo o que tinha motor e eu pudesse estar dentro, lá estava eu, andando de fusca, de hot fusca, de protótipos e por ultimo de marcas.Porem a grande paixão era mesmo os divisão 3, que com o tempo foram ficando superados em virtude da falta de equipamentos
mais modernos porem também caros, foi ai que resolvi fazer os fuscas com motor AP, isso já no Paraná aonde eu mantinha minha oficina e equipe, apesar da mesma ser chefiada pelo experiente mecânico Carlos Jaqueire, que é meu parceiro até os dias de hoje, agora na cidade de Bertioga, lugar sede de minha moradia e de nossa equipe, aonde ficamos hibernando projetos e planos futuros para o renascimento da divisão 3.
Acho melhor eu parar por aqui, senão você vai se cançar.


Mas ainda tenho muitas outras historias para te contar, muitas fotos para te mostrar e muitos planos para executar.
Obrigado, por esta oportunidade de poder descrever um pouco da minha historia, mas não se esqueçam que vocês também fazem parte dela, pois se vocês não existissem e não tivessem participado da categoria, aonde eu iria me inspirar ou me espelhar.
Muitos de vocês foram e sempre serão meus incentivadores e meus ídolos.
Aqui está uma pagina bem resumida de tudo o que fui e o que sou graças a vocês.


Abraços

Pedro Garrafa
(DESISTIR JAMAIS) 


11 comentários:

Ararê Ilustração disse...

Muito legal o relato do Pedro, acho que a idade te faz ficar mais emotivo...e a paixão pelo automobilismo não diminui com o passar do tempo, pelo contrário, te faz amar esse esporte a motor mais ainda.
Só nos entristece a situação atual desse esporte que amamos tanto, mas acredito que vai passar e dias melhores virão, pelo menos eu procuro ter esse pensamento.
Parabéns pelo belo texto Pedro e como você diz:
DESISTIR JAMAIS!

Um abraço!

ttm disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
ttm disse...

hehehe, Pedro Garrafa, ao lado de Arnaldo Fossá,
levaram a "engenharia aerodinâmica" dos pinicos ao extremo!
adoro as maluquices dos dois.

tito

Francis Henrique Trennepohl disse...

A paixão não morre jamais, apesar dos "nossos" dirigentes tentarem sucessivamente matar o esporte que amamos e eles ganham grana (muita!) com ele...

pedro garrafa disse...

Agradeço os comentarios de todos, e principalmente ao Rui e ao Orlando que estão me dando mais essa chance de poder imortalizar meu sonho, e de me sentir cada vez mais fortalecido nesse firme proposito e desejo de um dia poder ver novamente os pinicos na pista acelerando e não apenas jogados em ferro-velhos, oficinas e museus.Por isso meu slogan é :DESISTIR JAMAIS....

Fabiani C Gargioni #26 disse...

Pedro,te aconpanho desde a década de 80,mas só agora temos como nos comunicar melhor e me espelho em vc,força sempre!!!

Elaine disse...

Pedro,

de nossa parte o muito obrigado por ter vindo participar da única corrida independente realizada em Goiânia, o "Racing Day" promovido pela "LAGO", Liga Independente de Automobilismo de Goiás, que levou quase 40.000 pessoas ao autódromo.

E informá-lo que existem planos para a realização dos "1000 Km de Brasília", com data inicial acho que 8 de maio (parece que tem muita coisa já programada para o final de semana prolongado de 21 a 24 de abril, mas vamos tentar fazer no feriadão do aniversário de Brasília

pedro garrafa disse...

Fabiani
Fico muito lisonjeado e agradecido pelas suas palavras e pelo seu incentivo, comcerteza estaremos outras vezes nos falando...
Para voce tambem muito exito e sucesso em tudo o que realizar....
Um grande abraço de
Pedro Garrafa

pedro garrafa disse...

Elaine
Eu é que fico agradecido pela lembrança e pelo reconhecimento por parte de voces, foi para mim um imenso prazer estar ai com voces, realmente inesquecivel, quanto ao novo convite, não é apenas um sonho mas uma tremenda vontade de poder retornar ai, principalmente p/ os 1000 km de Brasilia, estarei maturando essa ideia e quem sabe poderei realizar mais esse sonho....

pedro garrafa disse...

Elaine
Eu é que agradeço, por voces terem me recebido, são momentos que jamais serão esquecidos, e pelo enorme prazer de estar com voces...
Quanto ao convite para participação nos 1000Km de Brasilia, estou estudando junto com minha equipe a possibilidade.
Dequalquer forma fico imensamente agradecido pela lembrança e pelo convite...
Pedro Garrafa

Rubens disse...

Lembro do Pedro quando meu pai participou da Speed 1600 no começo dos anos 90 em Curitiba. Todo mundo comprava os escapes "cruzados" com ele.
Bons tempos em que não precisava ser milionário para se divertir nas pistas.